Retorno: musicalidade e som

 Hoje, dia 27 de junho retornamos aos trabalhos, depois de 2 meses de paralisação. Tivemos um dia rico, com poucos intérpretes presentes. Lembrar que as atividades do Teac são justamente orientadas para formação de intérpretes, tudo no plural!

E quais são os efeitos de um número menor de participantes? O que podemos fazer quando somos menos? 
Lembrei que muitas vezes acompanhei corais que tinham 20, 40, 80 vozes, mas, apesar de tantas pessoas soavam menos. Com muita gente, às vezes podemos soar menos, nos esconder.

Sobre outro ângulo: no lugar de um amplo ambiente de concerto, temos um trabalho como música de câmara, com poucos integrantes. Acho que hoje foi um trabalho de teatro de câmara.

E o que foi mudado? De meu lado, como um compositor-músico que trabalha diretamente com os intérpretes, tive de ajustar a potência do som. Ou seja: o som pode ser flexibilizado em função do contexto. 

Isso me lembrar algo que já conversamos: na maioria das vezes, em função de nossos hábitos de consubir música a partir de canções que embalam nosso cotidiano, prestamos mais atenção em elementos focais do som como a melodia e o ritmo. Mas há outros modos de participar de eventos sonoros. Uma perspectiva aural bem interessante é o da densidade ou textura. Hoje, com menos gente, tínhamos menos fontes sonoras. Fica mais perceptível quem faz e o que se faz. Há uma massa sonora potencialmente menor, mas que pode ser ativada em largo espectro de intensidade. 

Em todo caso, voltar para si em meio a um grupo menor foi uma nova experiência dentro da disciplina. 


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