Encontro do dia 11 de Julho de 2024

Aquecimento: Com os instrumentos e em roda fizemos uma pequena Jam com improvisos de coro e corifeu com as palavras "Bora bora, não me bole, não demore". O coro fazia uma cama com vozes e instrumentos e um por um individualmente realizava um improviso como corifeu. Percebi algumas dificuldades na impostação de vozes, uma certa timidez que não ajudava na projeção. Uma característica fundamental da relação coro/corifeu é que o corifeu tem que se sobressair ao coro; se o solo do corifeu for muito sutil a relação não se estabelece e fica parecendo que ele é apenas uma variação dentro da massa do coro. Procurei estimular os participantes a projetarem mais a voz como corifeus, mas sinto que no futuro talvez seja necessário fazer uma prática apenas de impostação. Talvez no trabalho com os textos isso possa ficar mais claro.

Exercício 1 (SOM): Ainda em roda experimentamos com os fundamentos da percussão: Grave, médio e agudo. Partimos do pressuposto de que todo instrumentos (percussivo ou não) tem esses três elementos que podem ser trabalhados artisticamente. O pandeiro por exemplo, tem o grave com o dedo no canto, o som das platinelas que pode ser considerado como o "médio" ou som neutro e o agudo que seria o espalmado da mão no centro do couro. Também no berimbau com o Don (Grave), Din (Agudo) e TchTch (médio ou neutro). Para os instrumentos melódicos e harmônicos essa diferenciação fica mais evidente, pois há mais nuances de alturas. Assim, experimentamos criar ritmos aleatórios utilizando esse princípio. Cada um criava um ritmo individualmente e o coro se inseria nesse ritmo cada um com seu intrumento.


Exercício 2 (MOVIMENTO com SOM): Ainda no princípio anterior, como brincar com isso utilizando o movimento? Uma possibilidade que experimentamos foi do grave provocar o movimento de um ator, o médio o de outro e o agudo de um terceiro. Esse experimento funciona, mas necessita por um lado de um ouvido treinado por parte do dançarino para identificar as diferenças de alturas realizadas por cada instrumento e por outro lado o musicista não pode apenas tocar, mas sim se relacionar com as propostas e acontecimentos da cena. Assim, inicialmente foi bastante difícil encontrar relações, mas uma vez que entendemos esse princípio as cenas passaram a fazer mais sentido. Isso ficou bastante claro com a improvisação sonora da gaita realizada pela Jennifer e a cena que a acompanhou. 


O professor Marcus colocou ao final da aula que as relações entre som e movimento não são relações diretas, mas sim aproximações, pois o fenômeno do som e do movimento tem manifestações díspares no mundo. Isso me provocou até mesmo uma reflexão mais metafísica sobre essas diferenças e possíveis semelhanças. Por exemplo na tabela abaixo:




Nem todas as características do som são diretamente relacionáveis ao movimento e vice-versa. O que estamos tentando fazer é encontrar aproximações e distanciamentos como elementos composicionais para a criação.


Registros:

Parte 1:

https://youtu.be/VDwjm-mZamI


Parte 2:

https://youtu.be/33zdmkhVBps


Parte 3:

https://youtu.be/qvUTY7_u8us


Parte 4:

https://youtu.be/_WMHYHOluoA



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