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Mostrando postagens de abril, 2024

Karatê Huguiano: Algumas percepções de intersecções de diferentes técnicas artísticas

       Desde a primeira oferta do TEAC, em novembro de 22, comecei a pesquisar as aplicações das técnicas Huguianas no Karatê, principalmente a técnica da câmera lenta. Mas não me detive apenas na câmera lenta. Todos os conceitos de velocidade (rapidíssimo, rápido, natural, lento, câmera lenta e estático), somado a todos os conceitos de direção (frente, trás, esquerda, direita, cima e baixo) e a todos os conceitos de planos (alto, médio, baixo) revolucionaram a maneira como penso e pratico as técnicas do Karatê. Com isso, expandi, e muito, minhas percepções sobre espacialidade e domínio sobre os movimentos do meu corpo, como um todo, e, consequentemente, sobre os movimentos do Karatê. Antes de começar a discorrer, preciso situar quem me lê. Tenho 28 anos de idade e sou praticante de Karatê desde os 7. Aos 17 anos, me graduei na faixa preta e passei 8 anos sem praticar o Karatê. Nesses 8 anos que não pratiquei o Karatê, fui estudar Boxe. Quando comecei a estudar tea...

Encontro 04 de Abril de 2024

O foco da aula de hoje foi a câmera lenta: um exercício proposto por Hugo Rodas que consiste basicamente em realizar todo e qualquer movimento corporal de maneira extremamente lenta, tão lenta quanto "o nascer do sol" ou "o desabrochar de uma flor". Essa é a base da técnica muscular no sentido de ser um exercício fundamental para compreender experiencialmente a abordagem sensível desta técnica.  Como desenvolvi na minha dissertação de mestrado (CAFÉ, 2014)  a sensibilidade na técnica muscular consiste principalmente em estar permeável à tudo que ocorrer em cena e ser capaz de reagir aos acontecimentos em tempo real de maneira criativa. O exercício da câmera lenta ajuda muito neste quesito, pois quando realizamos um exercício de maneira tão lenta fica muito difícil executar ordens mentais e somos forçados a experienciar e jogar com o momento presente. Em outras palavras, caso alguém queira, por exemplo, colocar as mãos, que estavam nos bolsos da calça, na cabeça em c...

Encontro 02 de abril de 2024

 Gente, bom ver as cenas de vocês. O que vocês estão fazendo se chama dramaturgia. Dramarturgia não é somente escrever um texto para a cena e sim pensar a cena como um conjunto de ações em sucessão. As opções foram variadas: 1- pontos de partida a partir de uma canção, de um texto, de uma situação, de um objeto. 2- desenvolver este ponto de partida seja em uma ordem bem definida de ações, seja em uma ordem mais aberta.  Alguns buscaram a unidade de sua cena no material de ponto de partida, outros em uma continuidade a partir de uma figura/personagem.  Depois das apresentações, Flávio indicou um outra forma de orientar a composição das ações por meio de se levar em conta marcações emocionais. Lembrem que em textos dramáticos temos rubricas, que se referem não apenas ao espaço de cena, como também à expressão dos afetos. Flávio propôs que se alterasse em sucessão os estados emocionais. Isso nos remete a algo que na música chamamos de modulação: passar de um tom a outro. Fiz...